quarta-feira, 13 de outubro de 2010

QUISSAMÃ


Quissamã[ é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, mesorregião do Norte Fluminense, microrregião de Macaé.
Com 715,877 km² de área, é limitado a oeste pelos municípios de Carapebus e Conceição de Macabu, ao norte e a leste porCampos, e ao sul pelo Oceano Atlântico. Sua população é de 17.315 habitantes (2008), com um significativo crescimento desde a emancipação em 1989.
                                       Casa da Fazenda Mato de Pipa (1777)
                                       A mais antiga casa de senhor de engenho do norte fluminense
O “Roteiro dos Sete Capitães”, escrito por Miguel Aires Maldonado, conta que o nome “Quissamã” foi dado à região em sua viagem de exploração no ano de 1632. Na sesmaria que os Sete Capitães tinham recebido, havia um aldeamento de índios Goitacasesconhecido como Aldeia Nova. Ao chegarem para conhecer o local, eles foram recepcionados por um grupo de índios e um negro que vivia entre eles. Os exploradores ficaram perplexos ao verem aquele negro morando “em lugares incultos e sem moradores”. Ao lhe indagarem quem era e como viera parar ali, ele respondeu que era forro (escravo liberto); ao perguntarem se era crioulo (nascido no Brasil), ele respondeu que era da nação de Quissamã. No dia seguinte, o negro, que talvez fosse um escravo fugitivo, desapareceu e nunca mais foi visto. Quissamã é, de fato, uma palavra originada do nome da nação angolana Quiçama. Note-se que é um dos raros municípios brasileiros cujo nome têm origem africana.
O nome grafou-se originalmente Quissaman, passando depois para Quissamã.
                    Casa da fazenda Quissamã, erguida em 1826, atualMuseu Casa de Quissamã
A introdução da cultura da cana-de-açúcar na região de Campos dos Goytacazes ocorria desde 1650, com franca expansão por volta de 1778.A região precisava de novos caminhos para escoar a produção de açúcar, de modo que o governo provincial, com o estímulo e direção do primeiro barão e visconde de Araruama, construiu o canal Campos-Macaé cujo trajeto passa pelo centro de Quissamã.
Canal Campos-Macaé, construído de 1844 a 1861. À direita, Monumento ao Negro, homenagem aos escravos que construíram o canal.
Os engenhos modernizaram-se e passaram a utilizar máquinas a vapor,porém ainda havia necessidade de aumentar a produção e melhorar a qualidade do açúcar. O governo imperial resolveu então subsidiar a construção de engenhos centrais no Brasil.Desde então, Quissamã conheceu um longo período de estagnação, interrompido apenas na década de 1970, com o desenvolvimento do programa Proálcool.
                                                             Engenho Central de Quissamã

Com a descoberta do petróleo na Bacia de Campos, começou a haver expectativas de retomada do desenvolvimento econômico sem dependência exclusiva do Engenho Central de Quissamã.
A população organizou-se para lutar pela emancipação. O plebiscito foi realizado em 12 de junho de 1988 e o resultado foi amplamente favorável à emancipação.
A lei estadual oficializando a criação do município foi sancionada pelo então governador do estado do Rio de JaneiroMoreira Franco, no dia 4 de janeiro de 1989.
Predomina em Quissamã o relevo de terras baixas com altitude de 5 a 83 metros acima do nível do mar. Pode-se dividir a região em planícies costeiras de cordões arenosos (que representam 70% do município), planície fluvial e tabuleiros costeiros.
Quissamã apresenta o clima sub-úmido seco, com bastante chuva no verão e muito calor distribuído ao longo do ano. A temperatura média mensal é superior a 18 ℃. A precipitação média anual é de 1.000mm, com seca acentuada nos meses do inverno e os principais ventos são o nordeste e o sudoeste
Predomina o solo podzólico (massapê), ótimo para a cultura de cana-de-açúcar. Sua faixa litorânea apresenta o solo arenoso da restinga, onde estão sendo desenvolvidas experiências de cultivo do coco, do abacaxi e da cana-de-açúcar. Há ainda muitos campos de vegetação rasteira e brejos.
                                                                                     Lagoa Feia
                                                       Segunda maior lagoa de água doce do Brasil
No limite Quissamã-Campos fica a Lagoa Feia, cujo nome esconde a sua real majestade e beleza. É a maior lagoa do estado e a segunda maior lagoa de água doce do Brasil em superfície, sendo superada somente pela Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul  possuindo um espelho d’água de 16.000 hectares e profundidade média entre 1 e 2 metros.
                                   Praia de João Francisco e Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
Além de suas praias, lagoas e canais, Quissamã destaca-se por ter 62,38% da área do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba dentro do seu município.
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba ocupa 13% da área total do território de Quissamã.
Com a verba dos royalties pagos pela Petrobras, Quissamã pode investir em obras de infra-estrutura como asfalto, saneamento básico, eletrificação rural e irrigação para pequenos e médios produtores.
O principal desafio vivido pelo município, hoje, é alcançar autonomia em relação à monocultura da cana-de-açúcar sem tornar-se dependente da receita gerada pelo petróleo.
O governo municipal desenvolve políticas de incentivo a outros gêneros de agricultura, como o plantio de cocoabacaxi e aipim. Quissamã é o maior produtor de coco do estado do Rio de Janeiro.
Uma setor promissor é o de turismo ecológico, histórico e rural. O resgate do patrimônio histórico-cultural foi feito com a restauração da Casa da Fazenda Quissamãe criação do Museu de Quissamã e do Parque Municipal; a restauração do complexo arquitetônico da fazenda de Machadinha; restauração da Casa da Fazenda Mandiqüera e no esforço pela preservação do Fado de Quissamã. O turismo ecológico foi incentivado com a criação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba;
Outros esforços são despendidos com a qualificação profissional voltada para o setor petrolífero.
                                                Casa da Fazenda Mandiqüera erguida em 1875.
Quissamã possui um dos maiores patrimônios históricos e culturais do Estado do Rio de Janeiro, especificamente relacionado com o desenvolvimento e apogeu da produção do açúcar no norte fluminense.
Destacam-se várias construções bem preservadas e abertas à visitação como a Casa da Fazenda Mato de Pipa de 1777 (a mais antiga casa de senhor de engenho do norte fluminense) e a Casa da Fazenda Quissamã de 1826 (que pertenceu aos viscondes de Araruama e de Quissamã e, atualmente, é um museu). Existem vários outros solares do século XIX bem preservados como os das fazendas São Manoel, Santa Francisca, Melo, Floresta, entre outros.
Outras construções de importância história estão abandonadas, como a Casa da Fazenda Mandiqüera e o Engenho Central de Quissamã (o primeiro da America Latina).
Há ainda ruínas imponentes como a Casa da Fazenda Machadinha, que pertenceu a um neto do duque de Caxias, cujas senzalas estão ainda habitadas por pessoas que preservaram uma culinária típica e o canto e dança do "fado de Quissamã", uma forma dejongo.



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