Parintins é um município brasileiro do estado do Amazonas. Com uma população de 107.250 mil habitantes, se configura como a segundo maior cidade do estado e um dos pontos turísticos mais importantes da Amazônia. Trata-se de um dos principais Patrimônios Culturais e Festivais da América Latina devido ao Festival Folclórico de Parintins.
Sua área é de 5.952 km², representando 0.3789 % do estado do Amazonas, 0.1545 % da Região Norte brasileira e 0.0701 % de todo o território brasileiro.Desse total 12,4235 km² estão em perímetro urbano.
Todos os anos ocorre o tradicional Festival Folclórico de Parintins, com o desfile dos bois Caprichoso e Garantido. Sua padroeira é Nossa Senhora do Carmo. O festival é uma manifestação folclórica conhecida no Norte do país como Boi Bumbá. Está localizada à margem direita do rio Amazonas, na ilha Tupinambarana. A vegetação, típica da região Amazônica é formada por florestas de várzea e terra firme, tendo ao seu redor um relevo composto por lagos, ilhotes e uma pequena serra.
Em um raio de pouco mais de 200 km do município, encontram-se algumas das principais cidades do interior do Amazonas e do Pará – Itacoatiara, Manacapuru, Maués, Manicoré, Presidente Figueiredo, Santarém, Itaituba, Oriximiná, Óbidos, Altamira, entre outras – sendo o acesso a essas cidades dado principalmente pelo transporte fluvial, muito comum na região amazônica.
"Ilha da Alegria"
"Ilha Paraíso"
"Ilha Azul"
"Ilha Vermelha"
"Ilha Encantada"
"Capital Mundial do Fólclore"
História
O município de Parintins como quase todos os demais municípios brasileiros, foi primitivamente habitado por indígenas. Sua descoberta ocorreu em 1749, quando, descendo o rio Amazonas, o explorador José Gonçalves da Fonseca notou uma ilha que, por sua extensão, se sobressaía das outras localizadas à direita do grande rio.
A fundação da localidade só foi realizada em 1796, por José Pedro Cordovil, que veio com seus escravos e agregados para se dedicar à pesca do pirarucu e à agricultura, chamando-a Tupinambarana. A rainha D. Maria I deu-lhe a ilha de presente. Ali instalado, fundou uma fazenda de cacau, dedicando-se à cultura desse produto em grande escala. Ao sair dali, algum tempo depois, ofertou a ilha à rainha. Tupinambarana foi aceita e elevada à missão religiosa, em 1803, pelo capitão–mor do Pará, o Conde dos Arcos, que incumbiu sua direção ao frei José das Chagas, recebendo a denominação de Vila Nova da Rainha.
Catedral de Paritins
A eficiente atuação de frei José provocou um surto de progresso e desenvolvimento na localidade, mediante a organização da comarca do Alto Amazonas. Em 25 de julho de 1833, passa à freguesia, com o nome de Freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Tupinambarana. Era ainda Tupinambarana simples freguesia quando iniciou a revolução dos Cabanos no Pará, e se alastrou por toda a província. O seu vigário, padre Torquato Antônio de Souza, teve atuação destacada durante a sedição, servindo de delegado dos legalistas no Baixo Amazonas. Tupinambarana, talvez porque estivesse bem defendida, foi poupada aos ataques dos Cabanos.
Em 24 de outubro de 1848, pela lei provincial do Pará nº 146, elevou a freguesia à categoria de vila, com a denominação de Vila Bela da Imperatriz, e constituiu o município até então ligado a Maués. Em 15 de outubro de 1852, pela lei nº 02, foi confirmada a criação do município. Em 14 de março de 1853, deu-se a instalação do município de Parintins. Em 24 de agosto de 1858 foi criada pela lei provincial a comarca, compreendendo os termos judiciários de Vila Bela da Imperatriz e Vila Nova da Conceição. Em 30 de outubro de 1880, pela lei provincial nº 499, a sede do município recebeu foros de município e passou a denominar-se Parintins. Em 1881 foi desmembrado do município de Parintins o território que constituiu o município de Vila Nova de Barreirinha.
A divisão administrativa de 1911, figurou o município com quatro distritos: Parintins, Paraná de Ramos, Jamundá e Xibuí. Em 1933, aparece no quadro da divisão administrativa com um distrito apenas – o de Parintins. Em 1 de dezembro de 1938, pelo decreto-lei estadual nº 176, é criado o distrito da Ilha das Cotias, passando assim o município a constituir-se de dois distritos: Parintins e Ilha das Cotias.
Em 24 de agosto de 1952, pela lei estadual nº 226, a comarca de Parintins perdeu os termos judiciários de Barreirinha e Urucará, que foram transformados em comarcas. Em 19 de dezembro de 1956, pela lei estadual nº 96, foi desmembrado do município de Parintins o distrito da Ilha das Cotias, que passou a constituir o município de Nhamundá. Em 10 de dezembro de 1981, pela emenda constitucional nº 12, o território de Parintins é acrescido do distrito de Mocambo.
Geografia
O município possui dois distritos: Vila Amazônia e Mocambo. Limita-se ao norte com o Nhamundá; ao sul com o Barreirinha; ao leste com o estado do Pará e a oeste com Urucurituba.
Os solos do município embora na sua maioria apresenta pobreza química natural, são solos com boas características físicas, requerendo um manejo adequado.
Relevo
Possuindo uma área de 7.069 quilômetros quadrados o município localiza-se sobre formações quaternárias e terraços holocênicos no setor ocidental do estado. A ilha tupinambarana, parte componente do município, de aproximadamente 200 km de largura, somente na faixa da várzea, a ilha na verdade é uma arquipélago, uma vez que na época das cheias, fica entrecortada de lagos, furos, restingas, paranás e igapós, e a sede municipal localiza-se em uma dessas ilhas do arquipélago a uma altitude de 50m em relação ao nível do mar. O município tem sua cota máxima em seu relevo no lado leste, na chamada Serra Valeria (Serra de Parintins) com aproximadamente 137m, e no lado Oeste as terras altas do Paurá.
Ocorre a predominância dos solos Latossolo Amarelo Álico e Podzólico Vermelho Amarelo Álico, na terra-firme. Nas áreas de várzea, o domínio é dos solos de aluvião, do tipo Gley Pouco Úmico Distrófico, apresentando fertilidade natural média e elevada.
Clima
Característica de clima tropical chuvoso, com pequeno período seco (agosto a outubro), umidade relativa do ar em torno de 71%, precipitação pluviométrica anual de 2.327mm, e insolação anual de 2.282,51. A temperatura ao longo do ano apresenta-se com uma mínima de 22,4°C, máxima de 35,5°C e média de 26,3°C.
O município, nos últimos anos, tem apresentado uma precipitação pluviométrica media com máximas de 11,40 mm em fevereiro e mínimas de 2,10 mm em setembro; insolação media mensal máxima de 8,3h em setembro e mínima de 3,9h em fevereiro e marco; umidade relativa do ar máxima de 85.3% em maio e mínima de 74,1% em outubro; evaporação máxima de 3,5mm outubro e mínima de 1,70 mm em maio; pressão atmosférica media de 1.009,8mb em julho e mínima de 1.006,7mb em novembro e incidência media de ventos com seu nível Maximo em novembro com 1,5m/s com predominância noroeste e mínima de 1,1m/s no mês de marco com predominância na direção norte.
Hidrografia
Parintins faz parte do maior sistema fluvial do mundo, a Bacia Amazônica. O Rio Amazonas é o maior rio em volume de água do mundo com um deflúvio médio anual estimado em 250,00 m³/s. No trecho compreendido entre a foz do Rio Nhamundá e Parintins a sua largura é de aproximadamente 50 km e a profundidade. O grande rio representa a via de escoamento e abastecimento, a grande estrada hídrica que liga Parintins a capital do Estado e ao Oceano Atlântico.
Os rios mais importantes são: o Paraná do Ramos, o Paraná do Espírito Santo, o Paraná do Limão, Rio Uiacurapá, O Rio Mamurú, o Lago do Macuricanã, o Lago do Aninga, o Lago do Paranema, o Lago do Macurani e a Lagoa da Francesa, estes quatro últimos de vital importância quanto a sua preservação, uma vez que banham a sede municipal e estão mais suscetíveis a depredação e poluição.
O rio Amazonas é o maior rio da Terra, tanto em volume d'água quanto em comprimento (6.992,06 km de extensão). Tem sua origem na nascente do rio Apurímac (alto da parte ocidental da cordilheira dos Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico, junto ao rio Tocantins.
Vegetação
A vegetação do município é característica, não divergindo de existente em toda a Amazônia, isto é, Floresta Perenifólia Hileiana Amazônica que corresponde a floresta de terra firme; Floresta Perenifólia Paludosa Ribeirinha Periodicamente Inundada (mata de várzea); Floresta Perenifólia Paludosa Ribeirinha Permanentemente Inaudada (mata de Igapó) e na sede municipal uma pequena mancha de Cerrado conhecida como Campo Grande.
Economia
Setor primário
Agricultura
Juntamente com a pecuária, completa a formação econômica do setor primário. É representada pelas culturas temporárias: abacaxi, arroz, batata-doce, cana-de-açúcar, feijão, fumo, mandioca, melancia, melão e milho. Culturas permanentes: abacate, banana, cacau café, caju, coco, laranja, limão, pimenta-do-reino e tangerina.
Pecuária
É atividade de maior peso no setor primário. Compreende principalmente a criação de bovinos, vindo a seguir a criação de suínos. A produção de carne e leite destina-se ao consumo local e à exportação para outros municípios. A economia é praticamente fundamentada neste setor. Parintins tem o maior rebanho bovino e bubalino do Estado, tendo aproximadamente 150 mil bovinos e 50 mil bubalinos.
Pesca, avicultura e extrativismo vegetal
Desponta como um dos principais entrepostos de pesca no Amazonas, tanto para o consumo local como exportação para outros municípios. A avicultura está voltada para o criatório em moldes domésticos, sendo representada principalmente pela criação de galinhas, seguida de perus, patos, marrecos e gansos. O extrativismo vegetal é pouco representativo na formação do setor primário, mas destaca-se a exploração de borracha, cumaru, gomas não elásticas, madeira, óleo de copaíba e puxuri.
Transporte fluvial
O transporte fluvial na cidade é muito comum. A cidade conta com um grande e movimentado porto, que atende a quase toda a região Norte. O Porto de Parintins localiza-se na costa do Rio Amazonas, na zona central da cidade de Parintins e atende os estados do Amazonas, Pará, Rondônia e áreas do Norte do Mato Grosso. Os barcos que fazem linha para o município são:Parintins, Novo Aliança, Principe do Amazonas, 14 de Outubro VII, Coronel Tavares 12 e Aliança III, que fazem linha para a capital do estado e fazem duas viagem por semana, sendo Parintins-Manaus ou Manaus-Parintins. Também servem ao município as embarcações que tem como destino final os municípios do estado do Pará, que atracam no município para embarcar ou desembarcar cargas e passageiros.
Transporte de passageiros e carga
O transporte de passageiros e cargas entre Parintins, Manaus, Santarém e Belém é feito basicamente através de viagens diárias de barcos e de avião. Para Manaus, a viagem de barco dura em média 18 horas, e a de avião entre 35minutos a 1 hora e 15 minutos. Os vôos são diários e operados por duas companhias aéreas, sendo 4 vôos. O porto opera com carga geral e terminal para navios de turismo. O píer flutuante tem uma extensão de 150 m de comprimento por 15m de largura, sendo que em Março de 2010 vai ser ampliados o Flutuante para 300m de comprimento e a área do muro de arrimo com aterro de 1m de altura e feito um novo Prédio para ser implantado um mini shopping.
O Aeroporto Municipal está situado na zona urbana do município, a sudoeste da cidade, estando inserido na área de expansão do perímetro urbano. É de propriedade da Prefeitura Municipal, sendo por ela administrado. Atualmente, três empresas utilizam a área do Aeroporto Municipal; duas empresas de aviação agrícola e uma de instrução de voo. Durante todo o ano, apenas duas empresas aéreas realizam vôos diários para Parintins, a TRIP Linhas Aéreas e a Amazonaves Táxi Aéreo. Durante o Festival Folclórico de Parintins, ocorrido geralmente nos meses de junho e julho, outras empresas aéreas estendem a abrangência à cidade, como a Gol Transportes Aéreos, Rico Linhas Aéreas, Total Linhas Aéreas, Manaus Aerotáxi, BRA Transportes Aéreos e Varig, recentemente o aeroporto recebeu um voo emergencial de um Boing 737-700 cargueiro da empresa TAF, vindo de Salvador para Manaus, sendo que após cinco tentativas de pouso na capital devido ao tempo, não conseguindo e tendo suas asas e flaps danificados quando o piloto tentou arremeter na quinta tentativa chocou-se com árvores danificando a aeronave obrigando-o a vir para Parintins, que seria o aeroporto mais próximo e com extrutura para pouso, já que o combustível não daria para chegar até Santarém(PA) onde seria a aterrisagem, e posteriorment outro avião do mesmo modelo e um Búfalo da FAB pousaram para fazer os reparos e devidos procedimentos, mostrando a adequação que aeroporto tem para çouso de grandes aeronaves.
Educação
A cidade é um importante centro educacional de nível médio e superior do estado do Amazonas. A cidade possui um dos mini-campus do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), que oferece cursos em diferentes níveis: ensino médio e ensino técnico.
Universidade públicas
Universidade do Estado do Amazonas (UEA): é uma instituição pública estadual de ensino superior, que oferece mais de vinte cursos distribuídos em dezessete cidades amazonenses (Parintins, Manaus, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Carauari, Tabatinga, Tefé, Lábrea, Boca do Acre, Coari, Eirunepé, Humaitá, Manicoré, Manacapuru, Novo Aripuanã, Maués e São Gabriel da Cachoeira). Foi criada pela lei estadual n.º 2.637 de 12 de janeiro de 2001,.que proporcionou às fundações educacionais de ensino superior instituídas pelo estado.
Instituto Federal do Amazonas (IFAM): O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas foi criado mediante integração do Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas e das Escolas Agrotécnicas Federais de Manaus e de São Gabriel da Cachoeira.
No setor de educação e capacitamento profissional, o município, além de dispor de uma ampla rede de escolas (estaduais, municipais, confessionais e privadas), conta com um campus da Universidade do Estado do Amazonas e algumas faculdades privadas, com diversos cursos superiores ofertados. Dispõe ainda de unidades do SENAI, SENAC e SESI e, em função disso, os índices de alfabetização e capacitação profissional do municípios estão entre os mais altos de todo o Estado do Amazonas.
Culinária
Parintins abriga estabelecimentos que oferecem pratos típicos da culinária local. As receitas mais conhecidas utilizam peixes de água doce e carne de búfalo. Entre as mais populares estão o tambaqui moqueado, caldeirada de tucunaré com pirão, pirarucu assado, bolinhos de piracuí, peixe no tucupi, calderada de bodo, bodo assado e tacacá.
A gastronomia da ilha está baseada no peixe. Os mais apreciados são o curimatã, jaraqui, pirarucu, matrinchã, pescada, tambaqui, tucunaré, pacu, sardinha, bodó e tamuatá, que são servidos em muquecas, postas, bolinhos, assados, fritos e em caldeirada.
Música
Na música, os destaques de Parintins são: a toada de boi-bumbá, o forró e o samba.
A toada de Boi-bumbá é um estilo musical proveniente de a cidade, que conta com danças folclóricas com temática indígena, cabocla e ribeirinha e é executada principalmente na época do Festival Folclórico no mês de junho e nos ensaios dos bois Garantido e Caprichoso.
O forró é um estilo musical que foi trazido pelos nordestinos que vieram na época da borracha e depois dela. O forró recebeu uma nova roupagem com danças acrobáticas só encontradas no Amazonas. Existem várias bandas locais que são especializadas no estilo. Há também uma mistura do tradicional forró com músicas caribenhas.
Festas populares
Festa de Soltura de Quelônios (janeiro)
Encenação da Paixão de Cristo (abril)
Temporada de Festas e Ensaios dos Bois Bumbás – Caprichoso e Garantido(abril à junho)
Festival Folclórico e Festival de Quadrilhas – Comunidade do Zé Açu – 12 à 30 de junho
Festival Folclórico de Parintins (acontece no último final de semana do mês de junho)
Festa de Nossa Senhora do Carmo – Padroeira do Município (06 à 16 de julho)
Festival de Pesca do Peixe Liso – Comunidade do Paraná do Espírito Santo (agosto)
Festival de Verão do Uaicupará (setembro)
Festival de Verão do Cabury (setembro)
Festival Folclórico (junho)
Campanha "Jesus, Água da Vida" (junho)
Festival de Música Sacra – FEMUSA (setembro)
Festival do Beijú – Agrovila do Mocambo (setembro)
Aniversário de Fundação do Município de Parintins (15 de outubro) com o Festival de Toadas(13, 14 e 15 de outubro)
Festival de Pastorinhas (23 de dezembro)
Carnailha (carnaval) - fevereiro
Festa do Jaraqui - Vila Amazônia
Artesanato
A cidade possui inúmeras feiras de artesanato caboclo e ameríndio nos meses de junho a outubro. As peças de artesanato são feitas, em sua maioria, por matérias-primas encontradas em vilas e comunidades próximas da cidade, como Vila Amazônia e Mocambo.
Os materiais usados são madeira, raízes de árvores, cipós, palhas, sementes, fibras naturais e penas artificiais. Grande parte desse artesanato é vendido e encotrado nas comunidades locais, nas feiras da cidade e no Bumbódromo.
Materias de exportação da cidade, como a juta, que foi trazida pelos japoneses, é usado para a fabricação de utensílios e acessórios usados por dançarinos durante o Festival Folclórico de Parintins. Além da juta, também é usado materiais feitos em palha, cuia, espigas e muitos outros materiais. O artesanato indígena é fabricado com penas e grande variedade de sementes que formam colares, brincos, cocares e outros tipos de adereços. As sementes usadas são de açaí, cupuaçu, castanha e pupunha, todas frutas típicas da região. Miniaturas dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso esculpidas em isopor e gesso são encontrados em várias lojas da cidade.
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